Bagdá noir, com organização de Samuel Shimon e tradução de Jemima Alves, faz parte da premiada série de antologia noir da Akashic Books. Uma das cidades do mundo mais devastadas pela guerra entra para a coleção com um volume de histórias sombrias, reunindo 14 contos ambientados em diferentes regiões de Bagdá, que formam um complexo mosaico de experiências e perspectivas.

Na introdução do livro, o organizador afirma que “as histórias de Bagdá noir testemunham a duradoura resiliência do espírito iraquiano em meio aos desdobramentos da vida real e de um estado de desespero contínuo, do qual a literatura noir oferece apenas uma ideia.”

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A editora Tabla separou 5 motivos para você ler o livro. Confira:

  1. Um livro sobre o ethos iraquiano

Parece surpreendente imaginar que um livro de histórias policialescas e noir possa revelar a história de um país, mas é exatamente esse o caso de Bagdá noir. Por trazer narrativas que estão imersas em um Iraque que se reconfigura após a guerra, o livro se torna uma excelente forma de conhecermos um “ethos” do iraquiano, marcado pela ditadura de Saddam Hussein e pela invasão estadunidense. 

  1. Histórias de crimes “diferentes”

Em Bagdá noir temos uma série de histórias sobre crimes e investigações, do jeito que os leitores do gênero gostam. Porém, ao contrário das histórias noir tradicionais, nas quais temos uma classe burguesa que desce aos porões do submundo, em Bagdá noir essas fronteiras entre as classes sociais estão borradas pelos eventos históricos e nos deparamos com uma sociedade espatifada e uma cidade em ruínas.

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  1. A ditadura de Saddam Hussein e a invasão estadunidense

Em muitos contos da coletânea, podemos encontrar vestígios da ditadura de Saddam Hussein e da invasão norte-americana. Enquanto alguns contos se referem diretamente aos efeitos da ditadura no cotidiano das pessoas, revelando um clima de desconfiança e silenciamento típicos das ditaduras, outros retratam os efeitos da guerra promovida pelos EUA, dando-nos a ver uma fragmentação política, social, religiosa e étnica que resulta em uma série de violências e crimes estatais, paraestatais e urbanos. 

  1. Uma literatura (também) do trauma

Um mundo imerso em tantas violências sociais e políticas faz com que os crimes de Bagdá noir nem sempre sejam motivados pelos casos típicos do gênero, como traições, heranças, roubos de joias, etc. Mais do que centradas em crimes de “classes”, as  histórias de Bagdá noir testemunham um trauma coletivo e uma duradoura resiliência do espírito iraquiano em meio aos desdobramentos da vida real e de um estado de desespero contínuo, do qual a literatura noir oferece apenas uma ideia.

  1. Diversidade étnica

Historicamente, o Iraque é um dos países mais diversos do mundo em termos étnicos. Embora o árabe seja a língua dominante, o curdo, o turcomeno, o assírio, o armênio, o siríaco e o persa também são falados em diversas regiões do país. Esses diversos grupos étnicos e linguísticos refletem, por sua vez, uma série de crenças religiosas. Bagdá é conhecida como um lugar de congruência entre a cultura, o comércio e o ensino árabes e tudo isso atravessa as histórias de Bagdá noir

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