Como foi o segundo dia da Tabla na Feira Internacional de Sharjah?
O nosso Diário de Viagem pela feira de Sharjah continua e hoje foi um dia de muitos encontros e muitas conversas. Participar de uma feira de livros tão relevante nos dá a tarefa de estar sempre antenados com as questões levantadas nas palestras e mesas. É ali que serão apresentadas e discutidas as principais demandas de escritores e editores, mas também das suas percepções sobre leitores ao redor do planeta.
O nosso foco passa a ser compartilhar experiências e antecipar esse “zeitgeist” para oferecer aos leitores do Brasil aquilo que está sendo debatido de mais atual sobre o mercado editorial mundo afora. Além disso, claro, apresentar também as nossas perspectivas, conceitos e demandas. Acreditamos que é na troca de experiências que uma feira de livros se faz.
Nosso segundo dia começou com uma conferência chamada “Descolonizando nossas histórias: a crescente influência de autores africanos” em que refletimos bastante com as falas de Angela Wachuca, Yvonne Adhiambo Owuor e Petrina Gappah. Um dos temas levantados foi que, após o sucesso de vendas de autoras e autores africanos, um novo desafio se apresenta: pensar essas histórias também como forma de descolonizar o pensamento sobre a região para o restante do mundo.
Em outra mesa, o assunto foi o novo boom de editoras independentes e a formação de uma nova geração de livreiros. E de leitores, né? Com o surgimento de novas perspectivas na edição de livros, as formas mais tradicionais de publicar foram colocadas em xeque e tudo indica que as editoras precisarão repensar o seu papel daqui pra frente. Ao mesmo tempo, as editoras independentes também apresentam estratégias importantes, como, por exemplo, contar com um catálogo mais enxuto e mais segmentado, voltando-se para públicos mais específicos.
Depois das conferências, tivemos uma série de encontros inesquecíveis. O primeiro deles foi estar lado a lado do novo Prêmio Nobel de Literatura de 2021, Abdulrazak Gurnah. Muito atencioso com todos à sua volta, o escritor da Tanzânia fez questão de receber cada um dos editores. Um prazer inigualável para a Tabla!
Também tivemos encontros com uma série de editores, como Kaliman e Renad do Tamer Institute, da Palestina, que receberam um exemplar do nosso livro Uma história inventada do começo ao fim, de Sonia Nimer. Encontramos também com Ali Arabzadeh, da Agência Sapiens, no Irã, e com Ricardo, editor mexicano, que pode ser visto ao lado de Tamer Said, gerente da Kalimat – importante casa editora de livros infantis –, acompanhados ainda por nossa coordenadora de projeto e parceira Juliana Faria.
Como vocês podem ver, foi mais um dia de muito trabalho, muitos encontros, muitas parcerias, mas também de muita emoção. E amanhã tem mais!