A literatura turca é uma das mais tradicionais do mundo, atravessando séculos de história. O primeiro registro escrito da língua turca remonta ao séc. VIII d.C., e foi encontrado nas inscrições de Orhon, no norte da Mongólia. Já os primeiros poemas épicos datam do séc. XI d.C., mas é a partir do séc. XIII que começa a tomar forma o que se conhece como literatura turca.

Essa produção literária teve início na Anatólia ainda sob domínio mongol e vai florescer no Império Otomano — com forte influência árabe e persa —, preservando o turco como língua literária, a qual é utilizada até os tempos atuais na república da Turquia.

Quanto à literatura moderna, o início do século passado foi marcado pelo surgimento de vozes críticas ao sistema, que pensam questões nacionais. Os romances e os contos produzidos a partir de então serão marcados pelo realismo social e buscarão evidenciar as contradições e ambivalências das vidas dos diversos estratos sociais do país.

Para dar seus primeiros passos na literatura turca, a Editora Tabla separou 5 livros escritos no país com tradução para o português. E o melhor, três deles estão em nosso catálogo. Confira:

1. Istambul Istambul, de Burhan Sömnez

Quatro prisioneiros políticos — um médico, um barbeiro, um estudante e um velho revolucionário — convivem nas celas subterrâneas do centro de tortura de Istambul. Ao longo de dez capítulos, dez dias, eles compartilham histórias e suportam sua condição criando um universo paralelo de fantasia e recordação. Esses quatro homens se alternam na condução da narrativa de cada um dos capítulos, e criam, com episódios, anedotas e confissões, um mosaico de suas biografias. O leitor ganha então intimidade e empatia com esses personagens, descobrindo, pouco a pouco, a história de cada um e o que os levou às masmorras de Istambul.

Istambul Istambul é uma declaração de amor à cidade, um amor nada cego, muito lúcido, corajoso e sem ilusões.

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2. Madona com casaco de pele, de Sabahattin Ali

Madona com casaco de pele foi publicado na Turquia em 1943. Sete décadas se passaram até o romance receber o merecido reconhecimento e se tornar um sucesso absoluto, mantendo-se, desde 2013, no topo da lista de livros mais vendidos. O romance está ambientado na Berlim dos anos 1920, no período conhecido como entreguerras.

Espécie de Romeu e Julieta contemporâneos e redescobertos, Raif Efêndi e Maria Puder são personagens de uma história que, nos últimos tempos, vem ganhando contornos cada vez mais nítidos de certa presciência sobre amor, separação e isolamento.

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3. Uma mulher estranha, de Leylâ Erbil

Com um estilo ousado e desafiador, Leyla Erbil, nesse seu primeiro romance (1971), tematiza questões polêmicas para a Istambul de então: o feminismo e a ideologia socialista, o incesto, a virgindade, a igualdade de gêneros, os dogmas religiosos, o peso do patriarcado e a liberdade de expressão. Em Uma mulher estranha, dividido em quatro “retratos”, acompanhamos a trajetória da protagonista Nermin e as descobertas existenciais que ela vai engendrando a partir de suas relações com um pai mais liberal, uma mãe violentamente religiosa, os amigos idealistas, as amigas conformadas, os líderes políticos decepcionantes, todos emergindo de seus conflitos cotidianos e todos, em sua paradoxal e pungente humanidade, buscando as formas mais preciosas de amor.

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4. Neve, de Orhan Pamuk

Neve, que o autor Orhan Pamuk define como “seu primeiro e último romance político”, conta a história de Ka, poeta exilado na Alemanha, que viaja a uma pequena cidade turca com o pretexto de investigar a onda de suicídios entre jovens muçulmanas que assola o vilarejo. Durante essa visita, uma nevasca bloqueia todas as estradas, insulando a cidade do resto do mundo. É nesse clima de isolamento que um veterano ator e sua mulher aproveitam para liderar um golpe militar.

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5. 10 Minutos e 38 Segundos neste mundo estranho – Elif Shafak

Depois que o coração para de bater, o cérebro permanece ativo por 10 minutos e 38 segundos. Para Leila Tequila, uma prostituta de Istambul que acabou de ser assassinada, cada um desses preciosos minutos traz à tona uma memória: o gosto do guisado de bode sacrificado pelo pai para celebrar o esperado nascimento de um filho, o cheiro de limão e açúcar da cera que as mulheres usavam para se depilar na sala de estar de sua casa, o gosto do café de cardamomo que ela toma com um belo estudante no bordel em que trabalha. Essas memórias, que se esvaem nos breves minutos que lhe restam, trazem de volta as amizades que ela formou em sua vida agridoce, amigos que agora estão desesperadamente tentando encontrá-la. Profundo, brutal e emocionante, 10 minutos e 38 segundos neste mundo estranho traz em suas páginas um vórtice de dor e beleza. Elif Shafak apresenta uma história sobre trauma, violência sexual e as agruras da vida das mulheres turcas, que estão sujeitas a um sistema social cruel, regido pelas regras e amarras do patriarcado.

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