“Ele era o Príncipe das Palavras e seu nome era Mahmud Darwich.”

Elias Khoury

Na semana em que completaria 82 anos, a Tabla faz uma homenagem ao Poeta Nacional da Palestina, Mahmud Darwich, relembrando sua história, seu legado e suas obras. 

Para quem não conhece, Mahmud Darwich foi, e ainda é, uma das maiores referências literárias e políticas da Palestina. Além de grande poeta, Darwich tinha forte engajamento político e, por isso, foi diversas vezes exilado, preso e refugiado. Foi ele também quem escreveu a Declaração de Independência Palestina, proclamada pelo líder da Organização para Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, em novembro de 1988.

Nascido em 13 de março de 1941, na aldeia de Al-Birwe (Galiléia – Palestina), Darwich era o segundo dos oito filhos de uma família sunita de proprietários de terras. Sua vila foi inteiramente arrasada pelas forças israelenses durante a Nakba, em 1948, sendo substituída pelo colonato agrícola judaico de Ahihud.

Na obra de Darwich, para além da dor do exílio, a Palestina aparece como metáfora do “paraíso perdido”, do nascimento e da ressurreição. A força de sua poesia não está apenas em suas potentes imagens poéticas, mas também na sinceridade de suas emoções.

Poeta da solidão, da individualidade, da interioridade, da transcendência, mas também da resistência, a resistência a qualquer opressor que tente impor sua voz, cercear a esperança, roubar o direito à vida.

Aqui na Tabla, Darwich tem (até agora) três livros publicados: Onze astros (trad. Michel Sleiman), Da presença da ausência (trad. Marco Calil), Memória para o esquecimento (trad. Safa Jubran).

Para conhecer mais sobre este importante autor, selecionamos alguns conteúdos que apresentam a trajetória de Darwich, partindo de suas próprias obras. Confira:

PARA CONHECER mahmud DARWICH

Em 2021, quando Darwich completaria 80 anos, a Tabla criou a série “Celebrando Mahmud Darwich”, onde fizemos duas mesas de conversa entre estudiosos, tradutores e professores apaixonados pela obra e vida do autor.

>> [live 1] Escrevendo a Palestina

Uma conversa sobre a obra de Mahmud Darwich, sobre o contexto da produção literária e artística palestina e sobre o desafio de traduzir estas obras para o público brasileiro.

Participações: Milton Hatoum, Safa Jubran e Michel Sleiman. Com mediação Geraldo Campos.

>> [live 2] a Palestina de Darwich

Nesta segunda live da série “Celebrando Mahmud Darwich”, tivemos uma conversa mais específica sobre o contexto histórico e político que rodeia a obra de Darwich.

Participantes: Salem Nasser, Arlene Clemesha e Murilo Meihy. Com mediação de Felipe Benjamin.

O MUNDO DE DARWICH ATRAVÉS DOS LIVROS

o livro “ONZE ASTROS

Onze Astros foi o livro ganhador do Prêmio Turjuman 2021. Concedido pela Sharjah Book Authority, o Turjuman Award é o maior prêmio para a tradução de literatura árabe em todo o mundo, e foi a tradução primorosa de Michel Sleiman, do árabe para o português, que nos conferiu esta honra.

Onze astros reúne seis longos poemas de Mahmud Darwich e foi publicado originalmente em árabe em 1992, pela editora Dar Al Jadeed, de Beirute. A pátria ocupada e a nação usurpada pelo invasor estrangeiro, o exílio interno de quem se vê desterritorializado dentro do próprio país, ou o exílio de quem se encontra fora da terra natal, são alguns dos temas presentes nos poemas de Onze astros

Veja alguns conteúdos que produzimos em torno deste livro:

>> [live] Lançamento de Onze astros

A conversa sobre o livro Onze astros de Mahmud Darwich, tem a presença de Laura Di Pietro, editora chefe da Tabla e Michel Sleiman, professor da USP, tradutor e poeta. 

Se não quiser assistir a live inteira, veja alguns recortes dos melhores momentos da conversa:

>> [recorte 1] O ANO DE 1992 PARA MAHMUD DARWICH E PARA O MUNDO

Qual a importância do ano de 1992 para a criação do livro Onze Astros, de Mahmud Darwich, e para o mundo como um todo?

>> [recorte 2] MAHMUD DARWICH E O LIVRO ONZE ASTROS

Quem foi Mahmud Darwich? E do que trata sua obra poética Onze Astros

>> [BLOG] 5 curiosidades sobre Onze astros

A Tabla montou uma lista com cinco curiosidades sobre o livro ganhador do Prêmio Turjuman 2021: Onze astros, do poeta palestino Mahmud Darwich.

Confira a lista de curiosidades sobre Onze astros AQUI!

LEITURAS DE ONZE ASTROS:

>> SAFA JUBRAN

A professora e tradutora do árabe, Safa Jubran, faz uma leitura emocionante do livro Onze astros.

>> TAMY GHANNAM

A Tamy Ghannam do @LiteraTamy leu um trecho do livro de poemas Onze astros, em que Darwich fala um pouco sobre a condição de uma vida exilada da própria terra.

O LIVRO “DA PRESENÇA DA AUSÊNCIA

Da presença da ausência foi publicado em 2006, dois anos antes da morte do grande poeta palestino, Mahmud Darwich. Sabendo que a morte estava próxima e pensando que este seria seu último livro, ele criou algo que foge a qualquer possibilidade de classificação, um híbrido. Nas palavras do próprio autor: “Eu estava buscando uma outra forma de escrita. Este texto é a convergência de dois gêneros: prosa e poesia”.

Da presença da ausência é, também, uma autoelegia – um gênero corrente na poesia árabe clássica. Ao longo de vinte seções, Darwich aborda temas que marcaram toda a sua vida: amor, exílio, a nakba, morte, existência… Darwich foi o poeta mais popular e proeminente do mundo árabe, admirado também em muitos países onde sua obra foi traduzida.

LEITURAS DE Da presença da ausência:

>> Quem lê, lê-se #6 , POR MILTON HATOUM

Milton Hatoum comenta sobre Da presença da ausência, escrito por Mahmud Darwich.

>> RIMA AWADA WAHRA

BOOK TRAILERS

Víedoarte com trecho do livro Da presença da ausência, de Mahmud Darwich. Leitura em português na voz de Marco Calil (tradutor do livro), e em árabe, na voz de Safa Jubran. Se você gosta dessa pegada mais experimental, temos 4 book trailers como este na playlist do YouTube!

Para ver mais, acesse aqui: https://www.youtube.com/playlist?list=PLyfYKmGfpTZ-RiWLcO1-RlB-KsKEZCY_l

O LIVRO “MEMÓRIA PARA O ESQUECIMENTO

A narrativa de Darwich, embora considerada prosa, jamais se inscreve de forma absoluta como tal; traz sempre, como em Da presença da ausência, o tom e a dimensão poéticos dos eventos, das memórias, dos atos triviais, do fato histórico, da vida política. Como em toda a obra de Darwich, trata-se de um texto que apresenta muitas camadas, tanto temporais quanto temáticas.

Em uma dessas camadas, Memória para o esquecimento é uma reflexão sobre a invasão israelense e suas consequências política e histórica. Mas há também as memórias pessoais e as questões que se impõem em meio aos jatos que sobrevoam e às bombas que são despejadas sobre Beirute: qual o significado do exílio? Qual o papel do escritor em tempos de crise e de guerra? Qual amor é possível nesses tempos sombrios?

>> [BLOG] Orelha: Memória para o esquecimento

por Ricardo Lísias

“Quando a editora me convidou para escrever este texto de orelha, quase recusei o convite. Eu sabia que tornaria a leitura de Memória para o esquecimento uma prioridade — como tenho feito com Mahmud Darwich — e o tempo era curto, e eu precisava acabar a leitura de um pequeno romance, e eu tinha que dar aulas… Mas, antes de desistir, fui dar uma olhadinha no texto. Só consegui largar quando virei a última página.

Encontrei aqui o que faz de Darwich um dos principais escritores das últimas décadas: imagens fortes e construídas com precisão, um texto cadenciado e, ainda assim, livre de amarras, e o compromisso político sem ambiguidades. Tudo isso aparece em sua poesia, muito bem traduzida no Brasil.”

Leia a orelha completa aqui!

>> [LIVE] Lançamento: Memória para o esquecimento

Qual o significado do exílio? Qual o papel do escritor em tempos de crise e guerra? Qual amor é possível nesses tempos sombrios?

Para marcar o lançamento de Memória para o esquecimento, terceiro título de Mahmud Darwich aqui na Tabla, temos o prazer de receber o professor Geraldo Campos e a tradutora do livro, Safa Jubran, para uma conversa em torno do livro, do autor e dos tantos assuntos que os permeiam.

LEITURAS DE MEMÓRIA PARA O ESQUECIMENTO:

>> ISAIAS LIMA

>> PATRICIA QUARTAROLLO

PARA SABER AINDA MAIS SOBRE MAHMUD DARWICH:

>> [BLOG] O poeta está morto: Elias Khoury lembra de seu amigo Mahmud Darwich

Na edição número 1 da revista The Arab Studies Journal (vol. 17), Elias Khoury, autor de Meu nome é Adam, livro lançado pela Tabla com tradução de Safa Jubran,  publicou um artigo intitulado “O poeta está morto: Elias Khoury lembra seu amigo Mahmud Darwich.

No texto em questão, Khoury relembra a última conversa por telefone que teve com Darwich, em que o Poeta Nacional da Palestina pediu a opinião do amigo sobre seu último poema, “O jogador de dados”. A resposta foi uma provocação: que Darwich teria começado a escrever como os poetas escrevem. Em seguida, Khoury ouviu a risada de Darwich do outro lado da linha. 

Em outro momento, Khoury menciona a obra “Da presença da ausência”, também publicada pela Tabla com tradução de Marco Calil, como uma espécie de espelhamento da vida de Darwich, que teria passado a vida nesta “presença da ausência”. Na ocasião, o poeta palestino estava doente e sem muitas esperanças de recuperação, com sua artéria do coração já fragilizada. Porém, naquela mesma época, ele escreveu “seus mais belos versos em preparação para a morte”.

Você pode ler o blog completo AQUI!

>> [BLOG] 5 filmes sobre a vida e a obra de Mahmud Darwich, poeta palestino

Embora ainda pouco traduzido no Brasil, Mahmud Darwich, poeta palestino, é amplamente reconhecido e aparece em diversos filmes pelo mundo. A Tabla fez uma seleção de 5 destes filmes, para quem quiser conhecer mais sobre a vida e obra deste importante poeta.

Veja a lista completa de filmes AQUI!

>> [BLOG] Darwich, em nossa casa

por Ahmed Abu Hasna

“Trinta e sete anos atrás, eu nascia no campo de Yarmuk, lugar de geografia peculiar, semelhante a todas as geografias onde vivem os palestinos. Essa peculiaridade pode até variar ou se diversificar, mas o espaço exíguo continua sendo sua principal característica. Eu, criança de quatro anos, não tinha lugar para brincar a não ser pular nas escadarias do prédio no qual minha família morava. Meus amigos travessos e eu subíamos pulando os degraus até o andar de cima, onde morava o italiano, o militante internacional Carlo Sebastian, e de lá, competíamos, descendo as escadas pulando os degraus, de dois em dois, até o térreo. 

Durante anos, esse foi nosso único passatempo; mesmo perigoso e tedioso, esse jogo teve no meu coração um lugar especial e foi associado à primeira imagem do meu pai que ficou impressa em minha mente e continua viva até hoje.”

Leia o blog completo AQUI!

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