Da presença da ausência é o primeiro livro de uma série dedicada à tradução da obra de Mahmud Darwich, em português, no Brasil. É um longo poema em prosa, onde duas vozes líricas (eu e tu) conversam sobre o amor, a saudade, as viagens, a morte, a infância e a passagem do tempo.

Darwich nasceu na aldeia de Al-Birwe, na Galiléia, na Palestina, em 13 de março de 1941. Foi, e ainda é, mesmo depois de sua morte em 2008, o poeta nacional da Palestina. Poeta da solidão, do exílio, da interioridade, da transcendência, mas também da resistência.

Sabendo que a morte estava próxima e pensando que este seria seu último livro, Darwich criou, em Da presença da ausência, algo que foge a qualquer possibilidade de classificação.

“No jogo amargo e irônico entre presença e ausência, Darwich dissolve qualquer tipo de estabilidade ou cristalização da identidade. A verdadeira busca reside na linguagem, aberta a novas possibilidades expressivas que enfeitiçam o leitor e o conduzem a uma viagem imaginária ao mais íntimo ser, ao mistério da natureza, ao movimento tenso e conflituoso da história e da experiência particular de um exilado.”

Milton Hatoum

Para apresentar este livro, preparamos, abaixo, uma série de book trailers com leituras de trechos selecionados, em português e em árabe.

Em português, escutamos a voz de Marco Calil, que traduziu este livro direto do árabe, e foi também o curador desta pequena série. No árabe original, a voz de Safa Jubran.


booktrailer #1

“me dizias: não me confesso, que não guardo segredos. meu escândalo é meu não-segredo, desde quando meu coração passou por cima de minha língua.”


booktrailer #2

“me dizias: o amor não é nem alegria nem tortura, mas os sentidos encontrando a harmonia e a discórdia da semelhança por meio de um desejo que sempre se renova.”


booktrailer #3

“me dizias: se eu morrer antes de ti, livra-me das palavras enlatadas que passaram da validade justo quando o orador subiu ao púlpito; rega-me a terra onde durmo, que assim a grama indique que a morte é um semear outro.”


booktrailer #4

“o que é que posso te dizer, amigo, da presença desta pura ausência, agora que me recitaste este discurso de adeus aos pedaços, sem dor, bem desordenado, sem lágrima alguma, por receio de que o Verbo fique encharcado de lágrimas.”


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